O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovou por unanimidade a compra da distribuidora de combustíveis Ale pela Ipiranga. De acordo com o conselheiro João Paulo de Resende, relator do caso, o remédio possível para a operação seria a venda de aproximadamente 65% da Ale, o que representa os ativos detidos pela empresa em 12 mercados julgados como preocupantes. “Identificamos 12 mercados de distribuição concorrencialmente problemáticos. Esses 12 mercados correspondem a 65% da Ale e 943 postos revendedores”, escreveu o relator. Resende votou pela reprovação porque as duas empresas não se interessaram pela sua proposta. Em contrapartida, elas chegaram a fazer uma proposta de acordo para viabilizar o negócio (veja mais detalhes aqui), mas ela não foi julgada suficiente pelo órgão.
Em um parecer publicado na noite de terça-feira (1), o Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Cade afirmou que, considerando o remédio apresentado, a operação não aumenta significativamente os riscos de coordenação neste mercado, ainda que tais riscos possam ser existentes pré-fusão. Resende disse ainda “a operação só poderia ser aprovada mediante aplicação de remédios não só na revenda mas também na distribuição já que a operação elimina, na maioria dos mercados, distribuidora que abastece bandeiras brancas e facilita colusão entre três grandes operadoras”.
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